Os efeitos psicológicos da dependência química
O uso habitual de substâncias entorpecentes acarreta uma série de problemas físicos e psicológicos. Entenda como ocorre a dependência química e quais os efeitos.
O consumo e abuso de substâncias entorpecentes já é um problema de saúde pública no Brasil, atingindo jovens e adultos. Normalmente estão associados a um quadro de compulsão, justificado pela sensação de prazer proporcionada pela droga.
Independente de serem do grupo de “lícitas” ou “ilíticas”, o uso habitual destas substâncias provoca dependência e uma série de efeitos, físicos e psicológicos. A maioria das pessoas não consegue deixar a dependência com conta própria e necessita de ajuda profissional.
A boa notícia é que os quadros costumam ser tratáveis, com suporte psicológico e psiquiátrico. Entenda melhor o que é a dependência química, seus efeitos e como tratá-la.
Por que ocorre a dependência química?
Num quadro de dependência, pesa fatores de comportamento, fisiológicos e sociais. O indivíduo corre atrás daquilo que lhe oferece prazer, bem-estar e aceitação social. O consumo de substâncias entorpecentes sustenta um movimento de “recompensa”, ainda que momentâneo.
A parte biológica se sustenta pela liberação da dopamina, responsável pela estimulação prazerosa. No componente social, há o mito de que a droga facilita a interação social, dá mais confiança ao sujeito e possibilita o pertencimento a um determinado grupo. Um dos “benefícios” psicológicos seria o alívio de tensões e preocupações.
Segundo especialistas, para alcançar maior eficácia, o enfrentamento deste problema deve atacar essas três áreas.
Quais os efeitos psicológicos da dependência química?
Os efeitos psicológicos do consumo e abuso de drogas variam conforme o tipo de substância utilizada. Há aquelas que são chamadas de estimulantes, como a cocaína e a anfetamina, e também as conhecidas como inibidoras, como podem ser os remédios tranquilizantes e a heroína.
Todas elas afetam as funções cognitivas e intelectuais da pessoa. O uso prolongado da cocaína, por exemplo, pode causar paranoia e depressão. O abuso do crack normalmente induz a um comportamento agressivo. No caso da maconha, os problemas estão ligados à memória e perda de coordenação. Em casos mais graves, quadros de ansiedade, paranoia e distúrbios do sono.
Qual a abordagem mais eficaz para tratar a dependência?
Muitos estudos indicam que a terapia cognitiva-comportamental é uma excelente opção para o tratamento da dependência química. Para o psicólogo Waldir de Oliveira, sua eficácia se justifica especialmente porque o causador da dependência é o efeito, e não a droga em si.
“O tratamento é realizado com foco nos pensamentos que estão armazenados na estrutura cognitiva do paciente. Desmistificar, descaracterizar, reeditar e reeducar são alguns dos procedimentos.”
Especialista em psicanálise, Melissa Stefanie Brandino comenta que, mais importante que a abordagem, é o conhecimento que o psicólogo precisa ter sobre a dependência química.
“Tem-se vários estudos que retratam a efetividade e maiores resultados da terapia comportamental no tratamento com o dependente químico, porém, na prática, o que posso orientar é que, mais importante do que a abordagem utilizada pelo profissional, é o conhecimento que ele deve ter a respeito da dependencia química, suas causas e efeitos, e como este profissional aborda e lida com tais questões.
Fonte: Disponível em https://br.mundopsicologos.com/artigos/os-efeitos-psicologicos-da-dependencia-quimica